Simplex: Detergentes, Burocracia, Poluição e Sinistralidade
Qualquer dia deixará mesmo de ser necessário sair de casa - que cenário tão concentracionário... Das motivações do governo respeitantes ao pacote de medidas baptizado com o nome Simplex (soa a marca detergente - que por acaso até existe -,
talvez porque se pretende dar a ideia de que com estas medidas simples, quais agentes tensioactivos, se procederá a uma lavagem em profundidade, com a consequente eliminação de nódoas que têm vindo a acumular-se e a denegrir - e de que maneira - a reputação da nossa burocracia), umas são bem conhecidas, mas diz-me a minha imaginação que haverá outras mais secretas, mas igualmente benéficas.
Assim, ao apelar para que as pessoas recorram cada vez mais à net para cumprirem as suas formalidades cívicas, o governo consegue numa só jogada várias proezas assinaláveis. As mais óbvias e propagandeadas consistem na redução e simplificação da carga burocrática que tem emperrado há anos a nossa administração pública e uma maior celeridade e comodidade para o cidadão. Mas, além disso, por vias sub-reptícias – e aqui entra a minha capacidade (pouca) efabulatória e alguma ingenuidade – pode talvez conseguir-se com estas medidas uma redução da sinistralidade rodoviária e das emissões de gases poluentes: o que seria um grandioso feito... Pois, mas eu por vezes não resisto a levantar os pés do chão e flutuar entre universos possíveis...
Continuando a fábula... Doravante, muitos cidadãos poderão tratar dos seus assuntos em casa, não tendo que se deslocar com tanta frequência às diversas repartições nos respectivos carros. (Obviamente que este ponto só vale para os que se delocariam de automóvel). Poupar-se-ia assim um pouco a nossa atmosfera, bastante maltratada nestes últimos anos por sinal. Todos nós sentimos os efeitos negativos da desproporcionalidade que existe entre as curtas distâncias transpostas (no geral, julgo que sejam curtas) entre casa e entre repartições e a quantidade de emissões poluentes que se soltam dos tubos de escape ao longo desses pequenos trajectos.
Outro aspecto mais ou menos evidente: uma menor circulação nas rodovias urbanas, pode reflectir-se numa diminuição da sinistralidade.
P.S. Please... não dêem muito crédito a este post...
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