A entrevista com o mascador de pastilha
(tirado daqui)
Tenho o hábito de mascar pastilha elástica antes de um exame ou de outra qualquer circunstância que possa bulir-me com os nervos. Acho que é uma forma válida de lidar com o stress. Neste caso ajuda-me a triturar molarmente o stress.
Então não é que - fruto de um esquecimento, distracção ou "simplesmente" estupidez inqualificável – me esqueci de deitar fora a pastilha antes de entrar no gabinete onde iria decorrer a entrevista de emprego?!
Bem me parecia que no decurso da entrevista, o meu discurso saía de uma forma um tanto ou quanto estranha ou para ser mais correcto, parecia que as palavras se embrulhavam umas nas outras. E tudo isto, sem que eu associasse o fenómeno ao facto de continuar a mascar a maldita pastilha, embora muito ligeiramente (ao menos isso!). Estava tão concentrado a ponderar nas respostas que devia dar, a medir as palavras com régua e esquadro, que me esqueci por completo desse pequeno grande pormenor. E os pormenores costumam fazer a diferença.
Inconscientemente, cometi um daqueles erros crassos que certamente me terá desqualificado logo à partida perante o olhar escrutinador da entrevistadora. Embora ela não tenha feito nenhum reparo, vendo as coisas à posteriori, não acho que lhe tenha passado despercebido.
Não quis deixar de partilhar este triste episódio (que só me indignifica), a título de exemplo do que não se deve fazer numa entrevista de emprego. Mas infelizmente não há consolação possível para uma confissão deste género. Assim, este post só tem mesmo cabimento na medida em que espero que também ele sirva de lembrete óbvio (mais um!) por esses anos fora...