quarta-feira, maio 10, 2006

A ciclópica Enciclopédia da Mente (2)

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Depois do Darth Vader, a minha disposição não dá para muito mais... Só me resta mesmo inserir o 2º tomo da ciclópica Enciclopédia da Mente (clique para ler o tomo nº1 e o tomo nº3).

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Tomo 2: Domesticadores Artificiais & de Carne e Osso & e o Status


É certo e sabido que existe à disposição das intrincadas mentes do Homo sapiens depressed uma vasta panóplia de domesticadores artificiais (calmantes, tranquilizantes, anti-depressivos) - vulgo drogas modificadoras de humor. Usados amiúde como recursos de primeira linha para chicotear as veleidades da mente, não deixam de se assumir como o garante de um certo estatuto social. A comprová-lo:

1- nos filmes quem não se encharca com comprimidos não tem pinta

2- chicotes e outras actividades circenses, todo o género de figurações deprimentes atraiem celebridades.

Para os que preferem alguma interacção física (mínima), as páginas amarelas e os filmes do Woody Allen recomendam os domesticadores / “ouvidores” de carne e osso. Estes, por sinal, são bem mais onerosos que os artificiais – recompensa para anos de estudo a labutar por uma carteira profissional que comporte o prefixo “psi-”. Múltiplas sessões de monólogos a dois requerem, além de uma carteira recheada, alguma sofisticação intelectual e sobretudo muita lábia para suscitar o vivo interesse do "ouvidor". Lá está, firma-se assim um contributo relevante para a afirmação do estatuto sócio-económico-intelectual do paciente. Quem frequenta psi's, mesmo que não as possua, adquire aos olhos dos outros as seguintes características muito valorizadas nos tempos modernos: uma mente conturbada e complicada q.b., guito (o eterno afrodisíaco) e lábia para dar e render para pelo menos dois telemóveis.

Mas quer dos artificias, como dos de carne e osso, tal como sucede geralmente com todos os clichés, não andamos já todos um bocadinho fartos? De facto, andamos... O que não quer dizer que os consigamos dispensar. Em parte, vem daí a 5ª essência da domesticação.

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