Uma lenta aprendizagem
.
Queria poder riscar um fósforo e dizer que em vida me consumi inteiro, lhe engoli a chama e cuspi a cinza, ao vento.
Encostado à parede, ao grande pilar da espera, tenho aguardado a voz a autorizar-me: agora sim podes viver!
Mil braços internos cobertos de chagas: abraços que não pude dar.
Acordo com a face dormente - resquício de dor revolvida em pleno sono. E da cortina suspira renovada luz.
Nuvens que me vendam os olhos, mas que por entre as quais lhes advinho o sol..