quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Uma lenta aprendizagem

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Furtivo como um animal nocturno, absorvo de pupilas dilatadas o silêncio.

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Queria poder riscar um fósforo e dizer que em vida me consumi inteiro, lhe engoli a chama e cuspi a cinza, ao vento.

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Encostado à parede, ao grande pilar da espera, tenho aguardado a voz a autorizar-me: agora sim podes viver!

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Mil braços internos cobertos de chagas: abraços que não pude dar.

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Acordo com a face dormente - resquício de dor revolvida em pleno sono. E da cortina suspira renovada luz.

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Nuvens que me vendam os olhos, mas que por entre as quais lhes advinho o sol.
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