7º episódio do Gato Fedorento
Tiro o chapéu perante o 7º episódio do Gato Fedorento e retraio-me do que disse aqui. Sketches como o do Anjo da Guarda Nacional Republicano e o do Chatanato estão mesmo entre os melhores que já vi deles.
Este episódio merece mesmo um breve resumo de alguns dos sketches:
Um indivíduo encontra-se prestes a atirar-se do último andar de um prédio para acabar com tudo. Entretanto surge-lhe o Anjo da Guarda Nacional Republicano, que nessa condição traja obviamente de GNR, usa bigode e zela, não pela felicidade, mas pela estrita legalidade pública. Não lhe interessa nada o facto do indivíduo se querer matar, pode fazê-lo se lhe der na gana, desde que não se atire para uma via pública a impedir o trânsito. O Anjo começa então a enumerar, sem pingo de sensibilidade para com a dor alheia, os muitos inconvenientes (alguns dos quais bastante macabros) que adviriam dessa conduta irresponsável: a quantidade de gente que chegaria atrasada aos empregos e por consequência algumas das quais sujeitas ao despedimento; o trabalhão que não daria para remover todas as manchas de sangue do asfalto; etc... A infracção que acaba por ser apontada ao indivíduo prende-se com a sua permanência no tal terraço, que seria de acesso reservado. Daí a uma piscadela de olho a uma das situações que mais tem minado a credibilidade da GNR - falo dos subornos a troco de um fechar de olhos - vai um pequeno passo. Tudo isso está representado com muita piada na insistência daquela mãozinha atrás das costas a prometer esquecer a infracção em troca de um pecúlio... que daria muito jeito para comprar um casaco, uma vez que "lá em cima" o clima é fresquito.
Um casal desloca-se a um Chatanato - sinónimo de orfanato para chatos -, com o intuito de introduzir alguma chatice nas suas vidas. Pela sua suposta chatice incorrigível, (e, a avaliar pela espessura das lentes, incorrígivel deve ser também aquela miopia), o Onésimo, nome de Santo nascido na Frígia (como ele não cessa de repetir), acaba por ser o escolhido pelo casal. Num convívio de amigos, Onésimo que supostamente lhes deveria dar uma enorme seca, revela-se uma pessoa bastante divertida, traindo assim as expectativas do casal. Resultado: acaba por ser devolvido ao Chatanato por ser demasiado interessante.
Um indivíduo encontra-se prestes a atirar-se do último andar de um prédio para acabar com tudo. Entretanto surge-lhe o Anjo da Guarda Nacional Republicano, que nessa condição traja obviamente de GNR, usa bigode e zela, não pela felicidade, mas pela estrita legalidade pública. Não lhe interessa nada o facto do indivíduo se querer matar, pode fazê-lo se lhe der na gana, desde que não se atire para uma via pública a impedir o trânsito. O Anjo começa então a enumerar, sem pingo de sensibilidade para com a dor alheia, os muitos inconvenientes (alguns dos quais bastante macabros) que adviriam dessa conduta irresponsável: a quantidade de gente que chegaria atrasada aos empregos e por consequência algumas das quais sujeitas ao despedimento; o trabalhão que não daria para remover todas as manchas de sangue do asfalto; etc... A infracção que acaba por ser apontada ao indivíduo prende-se com a sua permanência no tal terraço, que seria de acesso reservado. Daí a uma piscadela de olho a uma das situações que mais tem minado a credibilidade da GNR - falo dos subornos a troco de um fechar de olhos - vai um pequeno passo. Tudo isso está representado com muita piada na insistência daquela mãozinha atrás das costas a prometer esquecer a infracção em troca de um pecúlio... que daria muito jeito para comprar um casaco, uma vez que "lá em cima" o clima é fresquito.
Um casal desloca-se a um Chatanato - sinónimo de orfanato para chatos -, com o intuito de introduzir alguma chatice nas suas vidas. Pela sua suposta chatice incorrigível, (e, a avaliar pela espessura das lentes, incorrígivel deve ser também aquela miopia), o Onésimo, nome de Santo nascido na Frígia (como ele não cessa de repetir), acaba por ser o escolhido pelo casal. Num convívio de amigos, Onésimo que supostamente lhes deveria dar uma enorme seca, revela-se uma pessoa bastante divertida, traindo assim as expectativas do casal. Resultado: acaba por ser devolvido ao Chatanato por ser demasiado interessante.
Um comentador político esmiúça ao máximo um fait-divers anódino que ocorreu no seio do governo. Como todas as tempestades num copo de água, a birra (birra não, porque isso implicaria choro), o amuo do Ministro da Educação pode aparentemente despoletar uma crise política de proporções imprevisíveis. A causa de tal amuo: os restantes ministros terem deixado de prestar atenção à anedota que o Ministro da Educação estava a contar, para verem as fotos da recente viagem de um deles. Depois do comentador de serviço desfiar o seu interminável paleio, o primeiro-ministro Lopes da Silva dirige-se em directo, da TV, a todas as “portuguesas e portugueses” (onde é que já ouvimos isto?...) pedindo desculpa directamente ao seu ministro da educação pelo sucedido.
Numa sala de cinema, algumas pessoas, poucas, assistem a um filme português. (Contam-se pelos dedos de uma mão as pessoas que assistem ao filme, como convém a uma cinematografia - nacional - a que se colou a reputação de inacessível e intragavelmente chata.) Um espectador vê-se na situação de ser corrido para fora da sala pelo “lanterninha”, por ter sorrido em plena sessão. Não é permitido achar graça a um filme português. Nem era esse o caso do tal espectador, mas um dos espectadores presentes, de cenho sério e rígido, apressa-se em acrescentar mais achas à fogueira ao afirmar tê-lo visto sorrir numa cena anterior de 15 minutos em que não havia qualquer fala. No final do sketch, o espectador ainda suplica para ficar, mas o “lanterninha” é peremptório: “Agora é tarde para se aborrecer, devia ter-se aborrecido desde o início!”
Numa sala de cinema, algumas pessoas, poucas, assistem a um filme português. (Contam-se pelos dedos de uma mão as pessoas que assistem ao filme, como convém a uma cinematografia - nacional - a que se colou a reputação de inacessível e intragavelmente chata.) Um espectador vê-se na situação de ser corrido para fora da sala pelo “lanterninha”, por ter sorrido em plena sessão. Não é permitido achar graça a um filme português. Nem era esse o caso do tal espectador, mas um dos espectadores presentes, de cenho sério e rígido, apressa-se em acrescentar mais achas à fogueira ao afirmar tê-lo visto sorrir numa cena anterior de 15 minutos em que não havia qualquer fala. No final do sketch, o espectador ainda suplica para ficar, mas o “lanterninha” é peremptório: “Agora é tarde para se aborrecer, devia ter-se aborrecido desde o início!”
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