Improvisos
.O bom português gosta de improvisos, do chamado desenrascanço. Como é lógico, não fujo a essa sacrossanta regra. No meu caso, os improvisos restringem-se sobretudo à esfera musical. É caso para dizer que uma guitarra nas minhas mãos equivale em termos semânticos, principalmente, a três coisas: improvisação, amadorismo e barulho quase intolerável.
Desde os tempos em que calejava os dedos a aprender os primeiros acordes e me esforçava por tocar algo vagamente aparentado com Nirvana (todo o aspirante a guitarrista amador da minha geração não podia prescindir das tablaturas dos gajos...), lá consegui evoluir à custa de muito improviso - por conta própria e risco dos outros - do muito mau para o razoavelmente menos mau. Ainda assim, aconselho, a todos os meus familiares e não só, muita cautela e sobretudo distância em relação ao bastião onde ocorrem os meus ensaios a solo. É que não me apetece arcar com processos judiciais por danos irreparáveis nos tímpanos de quem quer que seja.
Surpreendentemente, até à data, a vizinhança nunca se queixou. Suspeito que motivos não hão-de faltar. Mas vá-se lá perceber as intrincadas leis que zelam pela manutenção das boas relações entre vizinhos. Se fosse eu, havia certos ruídos que eu cá não toleraria. Que digo eu? Então eu não tolero as Mariah Carey e as Celine Dion que por vezes vociferam a altos decibéis de uma aparelhagem das redondezas? Hum... se calhar os males de uns anulam os de outros, e o equilíbrio comunitário, qual funâmbulo, lá prossegue ao longo da corda...
2 Comentários:
Sempre haverá de ser muito melhor ouvir uns acordes numa guitarra do que uma celine dion ou uma mariah carey... ainda por cima desafinadas ou numa nota mais recente... as malfadadas shakiras (como é que se a shakira é considerada cantora com aquela voz roufenha é que ainda estou para perceber...)
Além disso considerando que sempre te desvalorizas acredito que ouvir-te tocar seja bastante agradável... que digam os que já ouviram...
:-)
Olha que não sei, olha que não sei mesmo...
;)
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