Entre destroços... um vocábulo essencial
Rick Harrison, Kirkstall Abbey, Leeds (I.R.)
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Perdido na decifração do seu mapa pessoal,
sem crenças esotéricas ou relação com o que se diz astral,
sem nenhuma paciência para exegetas que gizam
os humores de estrelas extintas há anos-luz...
Sem acesso directo ao bairro dos concílios familiares,
ocupado a tempo inteiro a desimpedir a via dos afectos,
descartada a hipótese de algum dia vir a resgatar
a morada antiga de entre os escombros numerados...
Resta-lhe respigar nos escolhos regressivos da memória,
o que porventura sobrou de um vocábulo essencial,
porém esquecido num léxico fatalmente mais restrito;
indagar com a frieza de um exame médico se perdas houve,
que tipo de reacção a pronúncia do longínquo verbo amar
nele ainda pode despoletar antes de prescrito o cautério.
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7 Comentários:
caramba, ainda bem que trazes o "vocabulário" à baila... Andámos na mesma escola e parece que a mim me defraudaram... ;)
Não preciso de dicionário...
E as coincidências: acabei de vir de www.astro.com . :) tem uns profiles que deixam a pensar... Acreditas na alma de tudo menos das estrelas? ai ai...
que comentário tão desemxabido o meu(checked: existe no dicionário-- admito, talvez tenha ido ver uma coisinha ou outra)
só queria deixar um abraço ao meu querido e generoso amigo. Que acredite no que achar por bem, que não se tem dado mal...
e senhorito: gosto de si!
e... mais um abraço. desvendar-te é encontrar um tesouro :)
ps: como é que eu te deixo música nos comentários? ;)
Angi:
não me lembro se tinha o dicionário à mão quando escrevi isto.. até pode ser que sim... Realmente acho este poema demasiado palavroso e até certo ponto artificial. Deve ter sido escrito numa de experimentar palavras e um registo diferente. E o resultado é o que se vê: uma sensaboria. Julgo mesmo assim, que há aqui e ali pequenos vestígios de sentimentos que não foram totalmente abafados pela carga palavrosa...
Quanto às estrelas, minha amiga... as dos astrólogos não acredito que nos influenciem. Já algumas estrelas terrenas essas influenciam-nos para o resto da vida. E senhorita não pense que se safe de a incluir nesse lote!
Good idea! Song sharer precisa-se! Por exemplo podes deixar aqui um link para um clip no You Tube...
Depois basta-me ir lá, deixar a música a tocar, recostar-me à cadeira, e ler os teus comentários (já de si música prós olhos)ao som da banda-sonora que tu escolheste, que tu escolheste só para mim... :)
Senhorita Angi, que dizer de si? É simplesmente adorável, até quando julga encarnar as aventuras de um pirata que se ilude a desvendar tesouros. A marca X não julgo que passe por aqui... bem que gostaria que passasse...
Deixaste-me um abraço, mas eu cá mando-te beijinhos. ;)
vamos a ver quantos comentários saem daqui, parece q hoje tou numa de repetição, n me entendo c isto. dizia eu:
Sensaboria? querias... Pela minha experiência, quanto mais sério e importante é o que se quer transmitir ( e mais nosso, e intenso) mais se usa de artifícios... Pois se a nossa mente e o coração são tão intrincados vamos desvirtua-los com linguagem de b-a-bá? Aí acho até que era uma falta de respeito connosco... há coisas que têm de ser ditas assim, e não se podem deixar descobrir levianamente, ou de qualquer maneira... Acho que até o vocabulário tem tudo a ver com a viagem que se faz, até bem lá dentro. Andar um bocado desorientado faz parte. E eu, pessoalmente, gosto. Já agora não acho que tenha menos maturidade. Foi coisa que nunca conheci em ti, sempre foste daqueles abrigos... Acho que é uma construção menos minimalista, exigida pelo conteúdo. A forma e o conteúdo unem-de de uma forma perfeita. Como tens feito sempre, em tudo. E posso dizer mais? Acho que não consigo... beauty, mais uma vez...
Sonhos lindos, em paz, e que acordes algures numa praia muito branca,mas não fria, só tua, que te recolha, por um pouco... E tantos tantos beijinhos. E um abraço :)
Obrigado Angi! :)) O teu comentário é um verdadeiro incentivo para que não caia na tentação de seguir por uma via simplista.
Sensaboria foi um palavra demasiado forte, concordo; e também não acho que o poema seja assim tão mau. Gosto minimamente dele para o ter posto aqui no blog e o ter dado a ler a quem quisesse. Mas por vezes tenho esse receio de intelectualizar os sentimentos a tal ponto que a mensagem fique criptada, sem possibilidade de ter algum tipo de ressonância no leitor, mesmo que ele insista em lhe descobrir o fio à meada. Corre-se o risco de escrever algo de ininteligível para os outros, mas prefiro corrê-lo a entregar tudo de bandeja. Tens toda a razão nisso.
Os artifícios são bons quando usados com moderação. É um aspecto que se calhar posso melhorar. Mas realmente tens razão: quanto mais íntimos são os sentimentos que queremos transmitir, maior é a nossa propensão para usar de artifícios e embrulhar o assunto em papel que ofereça algum de tipo de resistência, para que o sentido não seja apreendido de imediato ou de uma forma banal. Tenho de aprender melhor a arte de oferecer ao leitor uma grande variedade de laços por onde possam começar a desembrulhar, a seu modo, o tal pacote. No fundo isso é uma das riquezas inerentes à poesia: o reenvio constante que se dá entre a intenção de quem escreve e as várias leituras possíveis para um mesmo poema... Acho que me perdi no raciocínio.. estas horas, pá! acho que me criptaram o pensamento que se estava a formar..
Beijinhos Angi e sonhos lindos: tu numa praia a desvendares o merecido tesouro... não desistas nunca de lutar por seres mais e mais feliz!
fui ao e-tube. queria ver os clips, mas além da falha nas colunas tb n os conseguimos ver c fluidez... mando-te as músicas, para procurares e ouvires de olhos fechados, com as tuas imagens:
thom york: analyse
today's soundtrack...
the understanding
thom york-analyse
A self-fulfilling prophecy of endless possibilty
You're born and raised across the street
In algebra, in algebra
The fences that you cannot climb
The sentences that do not rhyme
In all that you can ever change
The one you're looking for
It gets you down
It gets you down
There's no spark
No light in the dark
It gets you down
It gets you down
You travel far
What have you found
When there's no time
There's no time
To analyse
To think things through
To make sense
It gets you down
It gets you down
You're just playing a part
You're just playing a part
You're playing a part
Playing a part
When there's no time
There's no time
To Analyse
Analyse
Analyse
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