Que país afinal ? O dos 2, dos 3 ou dos 4 f ' s ?

.

Tinha que ser! Alguém (neste caso o sr. Gilberto Madaíl) tinha que vir atribuir o feito - a vitória portuguesa frente aos ingleses; os penáltis defendidos por Ricardo - à obra e graça de Nossa Senhora de Fátima...

Decididamente, se este já não é o país dos 3 éfes (e tenho as minhas dúvidas se já não o é, pois o revivalismo do fado nestes últimos anos e o facto de continuar a ser uma das imagens de marca do país mais facilmente exportáveis apontem para a permanência dos 3 éfes), continua a ser pelo menos o país dos 2 éfes: o do Futebol e o de Fátima, claro está. E não raras vezes andam de mãos dadas, como se pode depreender das palavras do sr. Madaíl. É curioso que a fé, verdadeiro elo aglutinador e indispensável à vivência desses dois éfes, seja uma palavra que comece também ela por um éfe.

Quanto ao 4º éfe... Na faculdade, tive um daqueles professores que fundia em si alguns elementos da velha guarda (ares de gentleman, laivos ditatoriais e seguidor da doutrina: alto lá! que o respeitinho é muito bonito... - doutrina entremeada por uns quantos berros) e que simultaneamente conseguia ser bastante informal, divertido e não ter papas na língua (no sentido figurado, claro, porque o homem gaguejava ligeiramente). Isto para dizer, que este senhor via com bons olhos a inclusão de um 4º éfe como marca distintiva da nossa pátria e assegurava que assim era na prática. Mas não sei se concordo. Olhando para o venerando e beatíssimo Portugal do passado e o Portugal cabisbaixo do presente, parece-me que esse 4º éfe (evidentemente que as vossas mentes já terão advinhado de que f se trata, nem é preciso verbalizá-lo...) foi, tem sido e continua a ser demasiado empolado pela lábia do costume. E lábia era o que não faltava a esse professor, apesar da gaguez.

.