segunda-feira, agosto 14, 2006

Coeur en quarantaine?



(daqui)

Se nos forçarmos à quarentena, o que sobrará de nós no final desse interlúdio? Com grande probabilidade não o saberemos, caso nada façamos em contrário, dado que o processo tende a auto-perpetuar-se. Começa com um prazo de quarenta dias e quando damos por nós - anos se passaram sem que franqueássemos a porta para a rua. Não aguentaríamos o baque da luz exterior despindo-nos de uma vez por todas da nossa roupagem de anos, das ilusões protectoras com que escorámos a nossa existência. Quem conseguiria viver após a dura confirmação de que passámos ao lado da vida?
Tendo vivido em quarentena, tendo-me apercebido dos seus mecanismos de auto-perpetuação e dos perigos inerentes a isso, tendo-me decidido franquear a porta e recebido o baque implacável (que me derrubou e despojou por terra, confesso), para onde me dirijo agora?

0 Comentários:

Enviar um comentário