quarta-feira, agosto 23, 2006

Rasgo por fim o longo silêncio



Neste degredo solitário

feito de tácitas cumplicidades,
de resignações a que os anos me acomodaram,
rasgo por fim o longo silêncio
chamando a mim a força de braços
que imponha a distância de tudo aquilo
que aniquila e envenena a alma
e a distrai do eflúvio essencial da vida.



3/7/2004


2 Comentários:


Blogger Menina Rabisco disse...

Adorei.
Descreve o momento que estou a viver. :)

28/08/06, 15:38  

Blogger Cláudio disse...

Apesar de o ter escrito há cerca de dois anos, continua a ter validade para mim. Acho que agora e sempre. A vida é capaz de ser isso mesmo: uma luta difícil, um desafio constante, que não se nos entrega de bandeja. O seu valor reside aí: temos que lhe dar luta, persistir, penar por vezes, para a merecermos e podermos tirar proveito dela. Não é tarefa fácil. Para ninguém. Mas pressentir que o espectro oposto - passar ao lado da vida - nos espera se nos entregarmos a uma atitude derrotista... é estímulo suficiente para sair da modorra e fazer coisas, fazer por nós, pelos outros, tentar a nossa sorte...

Obrigado Menina, pelas tuas palavras, pelas tuas visitas... É sem dúvida um momento importante.. o aperceberes-te que não se pode parar, nem desistir... Força!

29/08/06, 01:22  

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