Fugas
.
Edward Hopper, Morning Sun (1952)
.I
Desde que me ameaçam com prisões
os dias parecem-me mais belos
quando pousam nos albergues
que constam da rota das minhas fugas.
II
Consumo os dias em fuga
de um reflexo de noite,
de horas em que indaguei
quem fui e quando houve
a separação primordial de mim.
.Desde que me ameaçam com prisões
os dias parecem-me mais belos
quando pousam nos albergues
que constam da rota das minhas fugas.
II
Consumo os dias em fuga
de um reflexo de noite,
de horas em que indaguei
quem fui e quando houve
a separação primordial de mim.
29/12 & 28/5/2005
2 Comentários:
"Fugas" ou "Encontros" ?...
Gostei, gosto sempre quando sinto a originalidade.
beijinho Cláudio:)
Obrigado Maria P. A sério que gostaste? Fico contente. Uma pessoa às vezes julga que para se encontrar tem de começar por fugir para algum lado... Será mesmo assim? Não é certo que seja... O próprio acto de fuga já implica que estamos numa de evitar certas coisas, certas verdades. Não nos reconciliando com elas, e se não fizermos um esforço nesse sentido, bem que podemos pormo-nos em fuga e percorrer o mundo inteiro que não nos encontraremos. Digo isto, porque ainda assim me sinto tentado a enveredar por esse beco. Beijinho :)
Amigo Vando, ao começar a ler-te ainda pensei que o quartel general pudesse estar em alerta vermelho ou que os teus perseguidores te tivessem voltado a pôr as mãos e estarias aqui a comentar sob a ameaça de um revólver... Depois também pensei cá para mim: mas eu não contratei ninguém para pressionar o rapaz a brindar-me com estas palavras... Ainda me fazes corar, não mereço tanto... Obrigado meu amigo, vou-te conhecendo e gostando cada vez mais de ti, do teu sentido de humor (dos melhores que conheço), do fundo bom que transparece de ti. Um abraço.
Enviar um comentário