segunda-feira, setembro 25, 2006

"Pane e Tulipani" (Pão e Túlipas) de Silvio Soldini - 2000

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Um filme de uma grande candura, em que transparece um olhar meigo e divertido ao longo de quase todas as falas e situações. À nossa frente desfila uma galeria de personagens, cheios de bons sentimentos, com um fundo bom e algumas esquisitices que lhes conferem uma aura irresistível. Entre elas vou destacar algumas:
O sr. Barletta, negociante em retretes e artigos ligados à canalização (as conversas ao jantar são do mais estimulante...), possessivo, egocêntrico, trai a mulher com a cunhada, não mexe uma palha em casa, sente a falta da mulher (Rosalba) não por especiais saudades dos seus carinhos ou do seu amor, mas sobretudo porque lhe faz falta alguém que faça a lida da casa. O homem é execrável.
Constantino
, canalizador um tanto pró anafado, atirador de setas nos tempos livres, solteiro e bom rapaz que ainda vive em casa da mãe, leitor compulsivo de policias ("Quantos?" pergunta-lhe o sr. Barletta. “Deixe-me pensar...”, ar pensativo e quase de imediato: “285 livros e meio...” – aquele “e meio” é um número que impressiona), sendo esta a valência que o leva a ser contratado como detective, apesar da sua total inexperiência no campo. O seu objectivo: localizar Rosalba, que se encontra algures em Veneza.
Fermo, o velho e irascível dono de uma loja de flores, anarquista de peito e alma, que se insurge com uma cliente e a espanta para fora, quando esta se mostra interessada em comprar flores-de-lis para uma festa de aniversário, o que ele considera despropositado e demasiado aristocrático para o seu gosto.
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