segunda-feira, setembro 25, 2006

"Pão e Túlipas" (pétalas caídas)

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Sentado à mesa, rosto abatido, quem sabe se a congeminar algo... Sobre a mesa, um vaso com as túlipas* que Rosalba lhe deixara com uma nota de despedida. Uma única pétala presa por um fio. As restantes caíram e amontoaram-se numa cristaleira, onde se fixa o olhar de Fernando. Por fim, também a última pétala se desprende. Como se fosse esse o sinal pelo qual aguardava, Fernando levanta-se, pega na mala do acordeão e põe-se em marcha, decidido a reencontrar Rosalba e a declarar-lhe o seu amor.
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Se Fernando lhe oferecia pãezinhos (calor que aconhega) ao pequeno-almoço, Rosalba ofereceu-lhe túlipas
à despedida (contemplação, embrenhamento no amor não declarado e progressivo esmorecimento) - daí o título, suponho eu.
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