domingo, abril 01, 2007

A voz que alicia

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Apenas sei que ouvi chamar por alguém
cujo nome – infeliz, talvez - não consegui reter,
mas que logo me inquietou pois parecia
trazer inscrita a sua sina: a de alguém
que ao longe se divisa a dar os seus últimos passos
antes de se precipitar no vazio, como peso morto
atirado após rápida triagem para o seu destino:
o de contentar a voz que não cessa o seu chamamento.

Recordo-me porém que outro tão depressa se lhe seguiu
quanto eu me abeirei do precipício,
divisando com horror os corpos empilhados lá no fundo -
do fundo anónimo de onde continua a clamar a voz
que alicia, que tem aliciado gerações...
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2 Comentários:


Blogger Paula disse...

Do not go gentle into that good night


Do not go gentle into that good night,
Old age should burn and rave at close of day;
Rage, rage against the dying of the light.
Though wise men at their end know dark is right,
Because their words had forked no lightning they
Do not go gentle into that good night.

Good men, the last wave by, crying how bright
Their frail deeds might have danced in a green bay,
Rage, rage against the dying of the light.

Wild men who caught and sang the sun in flight,
And learn, too late, they grieved it on its way,
Do not go gentle into that good night.

Grave men, near death, who see with blinding sight
Blind eyes could blaze like meteors and be gay,
Rage, rage against the dying of the light.

And you, my father, there on the sad height,
Curse, bless me now with your fierce tears, I pray.
Do not go gentle into that good night.
Rage, rage against the dying of the light.

Dylan Thomas

:-)

01/04/07, 23:07  

Blogger Cláudio disse...

Bonitas palavras. Obrigado, amiga. Beijinho.

06/04/07, 02:54  

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