domingo, outubro 01, 2006

Próximo da insensibilidade

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Redução das terminações nervosas conducente a uma menor captação dos estímulos, e, por consequência, a uma menor capacidade de resposta. Fechamento na via do não sentir. Em volta tudo me lembra: experiências irrecuperáveis porque se lhe negaram a oportunidade de ocorrerem; perdas de natureza insondável porque nunca apreendidas. Instantes de opacidade vão pontuando as horas. O interior já não deseja viver suspenso a cada cadência dos ponteiros. Sem surpresa - é tudo quanto define mais um ciclo que se completa. Trancaram-se as portas. Já nada sai e mais ninguém entra. A tudo quanto ficou resta um pedido: que dure. Que dure e que não se depaupere. A tudo quanto pula lá fora, um desejo: que não se afaste para muito longe. É que de quando em vez sabe bem espreitar o que se passa na rua. E os olhos, baços, bem colados às frinchas dos estores, a fazerem lembrar o antigamente.
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1 Comentários:


Anonymous Anónimo disse...

visita n.1

03/10/06, 23:16  

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