quinta-feira, outubro 05, 2006

A tua força

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A tua força congrega-a a multidão
de vozes que sobem a uma só voz, a seiva
em reunião no tronco nodoso, em aspiração
de máculas, debitando as lições na fronde.
As raízes sugam das agruras do solo
minérios de sábios, de regatos os murmúrios.
Ainda em semente alimentava-me do sonho,
albúmen de vida que em pecado consumi todo ao nascer.
Difícil era germinar do sufoco de ervas daninhas,
competir com a rapacidade dessas hidras.
Depois, eterno me pareceu o juízo
de que no céu o que me estonteava seria
a janela a que me chegava, esperando um dia
vir a inaugurar a vista do outro lado.
Absorver do sol a luz quando ele já lá não estava
nunca foi para nós uma questão de altura
mas de sondar com os ramos as sinergias
nas clareiras à margem do nosso perímetro.
23/1/2006
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1 Comentários:


Blogger Maria P. disse...

Lindíssimo!
É este género que eu gosto em ti.
Parabéns.

Beijinhos:)

06/10/06, 00:33  

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