sexta-feira, dezembro 08, 2006

Limbo

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O limbo do despertar sempre foi fino, como vidro, através do qual um raio de luz se refracta. À semelhança deste, atravessamos um meio para outro - e há perdas na passagem. De intensidade. O ângulo de incidência assim o determina.
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3 Comentários:


Blogger Maria P. disse...

Mas também pode haver ganhos no atravessar.

Beijinhos:)

09/12/06, 20:16  

Blogger Cláudio disse...

Cada vez acredito menos nisso... Queria poder fechar os olhos e ser esse o meio permanente. Chegar ao ponto em que o sonho e o sono fosse a unica realidade possível. Tenho-o praticado.. vou-me encerrando dentro de muralhas ilusórias para me manter o mais distante possível da realidade. Só dou atenção às vozes proferidas em sonhos: as únicas que me dizem coisas agradáveis. Da realidade só me dizem que nada me é possível, que tudo me está vedado. Não respondo a elas e vivo para dentro, como sempre fiz. Nada será como sonhei - sempre o soube. Forças maiores que eu opõem-se a isso. Não posso ir contra a vontade alheia. Aliás, nunca o faria mesmo que isso estivesse ao meu alcance. Mas se continuar a dormir horas e horas, a sonhar e a iludir-me, pelo menos esqueço-me de que estou em queda livre.

Beijinhos

10/12/06, 18:07  

Anonymous Anónimo disse...

Caro Cláudio.

Ao que parece, ilustre amigo,ambos comungamos uma propensão fatidíca para a «fuga», sempre que não nos achamos conformes com este mundo pesaroso em que vivemos e que, em definitivo, não nos assenta como uma luva.

Também eu sou um escrevente do Eu, e não me impeço de expôr ao sol da escrita o vinhático das minhas entranhas.

Tenho vezes que quase oiço como respiro. E tu?

Um abraço.

El Madrigal.

11/12/06, 14:35  

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