sexta-feira, dezembro 01, 2006

Volúpia






De gatas:
assim chega a noite,
assim se oferece
nesse silêncio tão caro
ao gemido.

Prostíbulo escuro que flameja no peito,
alimento da carne e de todo o ser.

Ela espera. A voragem espera.
E não vê a hora de se libertar.

Desfaz-se a cama para a noite vir bater à porta;
e o dia?...
que espeque lá fora
até que juntos digamos sim.

Gota-a-gota, o suor
torna lascivos os lençóis
escorregadias as pulsões.

E os abat-jours
já enfeitam de luz a fricção da pele,
sob o lento deslizar de lábios.

Leito aberto como frasco de perfume
aspergindo o quarto
de violentas ondas de espasmo.


28/11/2006

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