Lenta e sofridamente
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Não me ocorre nada pior que um dia termos sido especiais para alguém e depois, lenta e sofridamente, termos deixado de o ser. Virá a voz dizer que não deixámos de o ser. Que apenas mudou a forma, a expressão desse sentimento - o que equivale a que tenha mudado tudo. Nada podemos contra a mudança, ainda que interiormente lutemos contra o seu enraízamento em nós. Lenta e sofridamente resistimos, entrincheirados, defendendo um bastião feito da matéria dos sonhos, mas não crescemos e nada aprendemos assim. É que aprender requer intactas as faculdades da razão e darmo-nos a liberdade para esse passo.
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