quinta-feira, maio 03, 2007

Fósforo no condicional [2]

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Se fósforo fosse um verbo, só poderia ser empregue no condicional. Um fósforo não tem futuro, pois cinza já designa outra coisa. E um pedaço de madeira, encabeçando o seu próprio arsenal de destruição, convivendo com essa eminência, não pode ter passado nem presente. Para ele, o tempo não é uma linha ininterrupta, mas apenas um ponto, sem conexões, isolado de tudo. Paradoxalmente só se salva, por instantes, o condicional, pois enquanto arde consome-se/multiplica-se (salva-se) em fumos e brilhos voláteis. Tão voláteis que só a imaginação os persegue.
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2 Comentários:


Blogger José Lopes Coutinho disse...

É então que a imaginação fosforece...

07/05/07, 21:58  

Blogger Cláudio disse...

Fosforesce, fluoresce, reluz... Aferramo-nos a pequenas centelhas, geramo-las e passamos a ser comandadas por elas.

08/05/07, 16:58  

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