Haran é também Lisboa
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Em Lisboetas de Sérgio Tréfaut, há um episódio de ressonâncias bíblicas. O imigrante, o refugiado, tem em Jacob o seu arquétipo. Foge em busca de segurança. Chega a Haran e, junto ao poço onde ela vinha abastecer-se de água, conhece Raquel; apaixona-se por ela. Algum tempo depois, dirige-se a Labão a pedir a mão da filha. Este só a concede mediante um acordo: antes de mais, ter de cumprir sete anos ao seu serviço. Mas Labão (símbolo do patrão pouco escrupuloso) nunca tencionou cumprir a sua parte. Dar-lhe-ia, sim, Leia, a filha mais velha, escudando-se na tradição de caber à primogénita casar-se primeiro. É a sina do estrangeiro não familiarizado com os costumes da terra que o acolhe. Por essas Haran fora: "trabalham muito e são enganados". Ainda assim, no texto bíblico, as linhas da história lá se concertam, o que talvez justifique a esperança de muitos.
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2 Comentários:
Ainda não o vi, mas desde o ano passado que ando a ver se consigo vê-lo... Está difícil :)
Será que justifica?!...
Beijinho*
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