quinta-feira, dezembro 27, 2007

Prometeu agrilhoado [1]

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Heinrich Friedrich Füger, Prometheus brings Fire to Mankind (c. 1817)

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Prometeu roubou do Olimpo para dar aos Homens: luz (do conhecimento) para que as suas vidas não fossem só penumbra. Para que não fossem meras traças rodopiando nervosamente, entrechocando-se, em torno da primeira tocha que alguém cunhasse como verdade. Como verdade única. Prometeu: das primeiras divindades a dar o coiro pela humanidade. Mas também, um exemplo em como fatalmente se habilita ao castigo quem ousa contrariar as teias do obscurantismo, ou, de algum modo, iluminar e desempoeirar as mentes subjugadas. Séculos passaram, nobres espíritos agonizaram, até que se apreendesse minimamente a lição. Mas ainda hoje, seja onde for, não se pode dizer de ciência certa que seja um dado (e um direito) adquirido. É antes um eterno duelo.
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