terça-feira, março 03, 2015

Sem título


Os sonhos por terra, amarelecidas folhas
calcadas com a indiferença de quem passa.
Só as chora a árvore despida. Ela que já viu
dezenas de estações, olha para elas e sente-as
desesperadamente
como se fossem as derradeiras.
Sabe que é nas folhas que se gera a seiva,
que é nos sonhos que corre a vida. E não tem memória
de folhagem mais bela do que esta
que agora jaz por terra.

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