terça-feira, maio 09, 2006

O que me faz medo



Paula, desculpa por só responder agora ao teu desafio. A batata quente caiu-me nas mãos há tantos dias atrás e, se calhar como tenho uma costelazita de masoquista, aí a deixei ficar a escaldar-me...

Partilho muitos dos medos que elencaste no teu post. Aqui acrescento alguns dos que sinto ser os mais recorrentes em mim:

- pensar um dia que desperdicei a minha vida em ninharias, que vivi uma vida de fachada, que me escapou o essencial;

- lamentar um dia não ter feito uma data de coisas, quando estavam mesmo ao meu alcance;

- medo de perder demasiado tempo a olhar para o umbigo, dissipando-me em imbróglios mentais inúteis e a tentar lidar com as minhas inseguranças, quando na verdade, e enquanto isso, poderia ser muito mais útil se deixasse todas essas coisas de parte e me empenhasse a construir um verdadeiro sentido para a minha vida e a tentar ajudar os outros;

- dos conformismos, do nivelamento por baixo, da apatia;

- de ceder ao laxismo e de não perseverar na luta pelos meus sonhos;
- de não saber muito bem quais são realmente os meus sonhos;

- medo de ceder à cobardia: de me calar e de não me insurgir perante um injustiça que ocorra mesmo à minha frente;

- talvez o maior dos meus medos: o de nunca vir a encontrar a minha cara-metade.

Acho que que no fundo são medos comuns à maioria das pessoas... Reconhecer que somos assaltados por medos e dúvidas é um sinal de humildade e não um sinal de fraqueza. Só é pena que nem toda a gente pense deste modo.

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P.S. . Vejam aqui, a título de curiosidade científica, um scan gerado por ressonância magnética, que mostra a zona do cérebro que fica mais activa quando sentimos medo.
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